sábado, 14 de abril de 2012

Tipos de Escudo

Broquel/ Buckler:

Este escudo era utilizado para aparar golpes uma vez que era muito pequeno para bloqueá-los, também era chamado de "punch shield", que seria, numa tradução livre, algo como "escudo para socos", pois era usado formando uma espécie de luva de aço para uma das mãos e permitia que o usuário desferisse murros no oponente.
Os broqueis eram em sua maioria circulares, com dimensões de 10 a 20 centímetros de diâmetro. Eles não foram muito usados até o século XVI, quando uma armadura pesada se tornou inviável devido à pólvora.

Escudo lanterna/Lantern shield

 
Era um escudo pequeno e redondo com dimensões que variavam de 20 a 40 Cm de diâmetro, distinguia-se dos demais por apresentar uma espécie de “ferrão” em seu centro e, no mais das vazes, fazia parte da manopla da armadura, quando não, este escudo era preso ao braço com fivelas de couro. Isso permitia que o usuário pudesse empunhar duas armas e ainda teria o benefício do escudo. Foi muito usado nos séculos XVI e XVII, em alguns casos apresentava uma abertura que possibilitava o uso em conjunto com uma arma de fogo.

Escudo tipo alvo/Targe shield:

 
O targe escocês (que deriva do inglês “Target”, que significa alvo) era um escudo redondo, na qual o usuário precisava de uma mão para empunhá-lo.
Era um escudo maior que o broquel, medindo de 35 a 40 cm de diâmetro e geralmente de formato circular, embora pudesse às vezes ter formas quadradas ou outras formas. Este escudo não era para parar um ataque, mas para ajudar a esquivar, e foi usado do século XIII ao XVII.

Escudo redondo/Round shield:

 
O escudo redondo padrão foi usado por muitas culturas diferentes em toda a história. Ele media de 40 a 60 cm e era usado para bloquear os ataques.
Este modelo foi criado no improviso e mostrou-se forte o suficiente para desviar a maioria dos ataques. Por causa do seu peso exigia muita força do usuário, então o uso de uma segunda arma era geralmente fora de questão.

Kite shield/ Escudo Gota:

 
O escudo kite recebe o nome por seu formato que lembra uma asa. Às vezes é chamado de escudo de lágrima ou gota. Foi usado do século XI ao XV, principalmente pelos normandos. Vai do ombro ao joelho na altura com uma largura de 60 a 80 cm. Por ter sua base fina não oferecia muita proteção para as pernas.

Escudo Céltico/ Celtic Shield:

 
O escudo Céltico padrão era um retângulo com cantos arredondados. Apesar de não ser o melhor design de escudo era bastante eficaz.

Grego antigo/Escudo Micênico:

 
O escudo micênico (ou grego antigo) era oval e côncavo, o que ajudava a defender melhor de ataques, possuía também aberturas nas laterais o que possibilitava ao usuário uma maior mobilidade na hora de atacar.

Escudo Grego/Escudo Pelta:

 
Os escudos gregos padrão eram escudos redondos modificados, conhecidos como escudo pelta, uma versão melhorada dos escudos micênicos. Era geralmente feito de madeira coberto com couro de animal. As aberturas extras adicionadas nos lados foram utilizados com lanças, de modo que o uso do escudo não impediria o ataque.

Tower shield/Escudo Torre/Scutum:

 
O escudo torre era grande e muito alto. É medido do ombro ao topo do joelho, e de um ombro ao outro. Foi usado principalmente pelos romanos, que se referiam a ele como scutum. Às vezes possuía uma área projetada no centro, geralmente de bonze, que servia para proteger a mão do legionário. Ele dá uma melhor proteção para a cabeça e, ao mesmo tempo, não dificultar a visão. O escudo torre é muito eficiente na criação de poderosas paredes de escudo pelas quais os romanos eram bem conhecidos.

Gothic Shield/ Escudo Gótico:

 
Como todos os projetos góticos, esse escudo foi o auge de uma evolução. O design é germânico do século XV, era um escudo que media a altura dos ombros ao joelho do usuário, no meio era bem mais largo e menor na parte superior e inferior. Isto não só fez o escudo ficar mais leve do que o torre, mas também mais fácil de empunhar uma arma, sem sacrificar a visibilidade ou a proteção.

Heater:

 
O escudo Heater foi um dos melhores desenhos feitos para escudos. Acredita-se que é uma versão atualizada do escudo kite e esteve em uso do século XII ao XVIII. Assim como o escudo de gota, o Heater fica menor perto da base, mas se comparado na altura o heater é muito menor. Sua altura é medida do ombro até a cintura. Foi muito usado por cavaleiros a cavalo.

Wall/Parede:

 
O escudo parede, Pavis, ou Pavise foi usado pelos europeus. Esse enorme escudo cobria todo o corpo. O escudo era tão grande que não tinha vez no campo de batalhas, ele era usado principalmente pelos arqueiros durante o cerco de castelos. Um arqueiro ou balestreiro, muitas vezes tinha seu escudeiro ou outro soldado que segurava o escudo durante a recarga de flechas. O escudo também poderia ser apoiado em um poste dando ao arqueiro alguma cobertura durante a recarga ou a pontaria.

Malha de Aço



    Também conhecida como “medieval mail”, “chain mail”, “ring mail”, ou “maille”, a Malha é uma armadura, talvez a mais utilizada da história. Seus primeiros achados datam do séc. IV a.C. e estão associados ao povo celta.
    Esta armadura encontrou seu apogeu no séc XIII, quando se era possível encontrar cavaleiros vestidos de malha dos pés à cabeça.
    Ao contrário das peças de hoje, as autênticas malhas, usadas em combate, eram soldadas ou rebitadas, uma vez que as malhas cujos anéis são apenas encaixados não oferecem a proteção necessária para se enfrentar um golpe de espada e sair vivo.
    A malha sobreviveu aos séculos e é muito usada até hoje, porém não mais nos campos de batalha, e sim como instrumento de proteção para cortes, como por exemplo, nas chamadas “luvas de malha de aço”, também conhecidas como “luvas de açougueiro”, e também faz muito sucesso entre as mulheres sob forma de bijuterias.
    Em nosso meio é comum vermos participantes de Swordplay, RPG e semelhantes utilizando malhas como parte da caracterização, seja uma cota (túnica/camiseta), ou apenas uma coifa (proteção da cabeça), no entanto trata-se da famosa malha de anel “juntado”, também chamada de malha “não autêntica”, pois sendo apenas para caracterização, não requer o extremo trabalho de rebitar/soldar anel por anel.
    O tutorial a seguir foi traduzido e adaptado do site:http://artofchainmail.com/patterns/

Tutorial Malha clássica 1 em 4 (Padrão europeu)
    1 em 4 é o padrão europeu que vem sendo usado desde o 2º século A.C. Este post ensinará o básico para que você seja capaz de construí-lo.
    Este post irá te ajudar a entender o padrão da malha de aço, e o mais importante dele é o modo que você deverá ligar os anéis, e isto não é nenhum segredo, uma vez que o nome do padrão sempre fornece a chave do mistério.
    Por exemplo: "Padrão 1 em 4 europeu" significa que cada anel na cota de malha se liga com outros 4 anéis.
    Se você ligar 1 anel em mais 2 anéis sob este padrão, então este anel deverá passar por mais duas novas ligações, chegando a um total de 4.
    Se você ligar 1 anel em mais 3 anéis sob este padrão, então este anel deverá passar por mais uma nova ligações, chegando a um total de 4.
    Este raciocínio pode ser usado também nos outros padrões, como o “1 em 6”, o “1 em 8”, e o “1 em 9”.


Padrão 1 em 4 :

1º passo: Coloque 4 anéis fechados dentro de um aberto e feche-o.
Para fins pedagógicos chamaremos a formação acima de "Unidade básica".


2º passo: Faça mais uma unidade básica e ligue as duas de forma a ficar uma fieira 2-1-2-1-2-1-2, ao anel que liga duas Unidades básicas daremos o nome de "elo de ligação".
    A fieira, ou unidade secundária, representa a altura da peça que você deseja fazer, seja uma coifa, ou uma cota, ou outra peça qualquer.
    A altura não estica/contrai como será abordado mais afrente, então é importante medir qual a altura desejada antes de começar a fazer a peça, pois é muito mais difícil arrumar a altura depois de já começado a ligação das fieiras.

À estas fieiras de 2 ou mais unidade básicas daremos o nome de "Unidade secundária".

3º passo: Uma vez prontos duas ou mais unidades secundárias da altura desejada (todas devem conter o mesmo tamanho), é hora de interligá-las:
    O elo deve ficar entre o anel de cima e o de baixo, tando da direita, quanto da esquerda, de modo que quando fechado esteja ligado a 4 outros anéis.

4º passo: Repita o passo anterior com quantas unidades secundárias forem necessárias para garantir a largura da peça.
    No caso de uma cota de malha (camiseta/túnica) a largura deve ser suficiente para passar pelos ombros quando fechada.

(Clique na imagem para ampliar)



Abaixo dois vídeos que explicam muito bem todo o processo de fabricação das malhas:


Como fazer argolinhas com arame


Como fazer a malha com as argolinhas feitas

Construindo um Aspis/Hoplon




Este vídeo mostra como confeccionar uma escudo tipo Aspis/Hoplon de verdade:

 
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